Durante o programa O Grande Debate da CNN, exibido na última segunda-feira (16/9), o comentarista político Caio Coppolla expressou sua preocupação com o aumento da violência política no Brasil. O episódio que motivou o debate foi a agressão cometida pelo apresentador José Luiz Datena contra o candidato Pablo Marçal durante um debate transmitido pela TV Cultura.
A Normalização da Violência
Segundo Coppolla, o ato violento reflete um cenário mais amplo de normalização da violência política, um fenômeno que ele atribui, em grande parte, ao comportamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o comentarista, Lula tem mostrado condescendência ao lidar com ditaduras e organizações terroristas, além de manifestar publicamente desejos de vingança contra seus opositores.
Coppolla destacou, por exemplo, a relação de Lula com ditadores, referindo-se a eles como “amigos” e “companheiros”. Além disso, criticou a conivência de Lula com movimentos sociais que, segundo Coppolla, cometem “ações criminosas”, como a invasão de propriedades.
O Caso Maninho do PT e o Paradoxo da Defesa da Honra
Coppolla também mencionou o caso do ex-vereador Maninho do PT, acusado de tentativa de homicídio após agredir um empresário que criticava Lula. Durante a campanha presidencial, Lula agradeceu publicamente ao ex-vereador por sua “solidariedade”, o que Coppolla interpreta como um endosso à violência.
O comentarista traçou um paralelo entre o episódio de Datena e o caso de Maninho do PT, apontando que ambos os agressores justificaram suas ações em nome da defesa da honra. No entanto, Coppolla ressaltou que a tese de defesa da honra não é mais reconhecida no direito contemporâneo como justificativa para agressões físicas.
Uma Ameaça à Democracia
Para Coppolla, a legitimação da violência política, tanto por líderes políticos quanto por figuras públicas influentes, contribui para a criação de um ambiente onde a violência se torna uma resposta aceitável em conflitos ideológicos e eleitorais. Isso representa, segundo ele, uma grave ameaça à democracia brasileira.
A Denúncia de Ana Campagnolo sobre a Parcialidade no Tratamento de Violência Política
A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo também se pronunciou sobre a agressão sofrida por Pablo Marçal durante o debate. Ela expressou sua indignação com o que chamou de normalização da violência contra candidatos de direita.
Comparação com o Caso de Jair Bolsonaro
Campagnolo comparou o incidente com o ataque sofrido por Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando o então candidato foi esfaqueado. Para a deputada, o ataque contra Marçal em 2024, desta vez transmitido ao vivo, revela um padrão preocupante de conivência com a violência política.
Ela criticou a forma como o debate continuou após a agressão, sem que ações imediatas fossem tomadas contra Datena, o que, segundo ela, evidencia uma tolerância preocupante com a violência contra candidatos conservadores.
A Conivência da Mídia
A deputada também criticou a postura de Datena, que, após o ataque, saiu do local como se fosse a vítima e ainda deu entrevistas culpando Marçal por “baixar o nível democrático”. Campagnolo destacou a gravidade dessa narrativa, onde a violência é justificada quando direcionada a adversários políticos.
Ela também relembrou o episódio envolvendo o deputado estadual Douglas Garcia, que teve seu celular arremessado durante um debate. Segundo Campagnolo, o verdadeiro agressor foi protegido, enquanto Garcia foi tratado como o responsável.
Dois Pesos, Duas Medidas
Campagnolo concluiu sua fala alertando para o uso de dois pesos e duas medidas na forma como a violência política é tratada no Brasil. Ela destacou que, se o cenário fosse o oposto e Marçal tivesse sido o agressor, ele provavelmente teria sido detido em flagrante.
Conclusão
A violência política no Brasil tem se tornado um tema central nas discussões públicas, com figuras como Caio Coppolla e Ana Campagnolo apontando o crescimento desse fenômeno e sua normalização, especialmente contra candidatos de direita. Ambos os comentaristas alertam para o risco que essa realidade representa para a democracia e pedem maior rigor na resposta às agressões, independentemente do espectro político envolvido.