Fim de uma era: Anna Wintour deixa o cargo de editora-chefe da Vogue após quase quatro décadas

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Nesta quinta-feira, 26 de junho de 2025, uma era se encerrou no mundo da moda: Anna Wintour, aos 75 anos, anunciou que deixará o posto de editora-chefe da edição americana da Vogue, posição que ocupava desde 1988 — ou seja, há impressionantes 37 anos, segundo confirmação da Condé Nast e da CNN Brasil.

Durante uma reunião interna realizada na quarta-feira, Wintour compartilhou com sua equipe a decisão de ceder o comando da revista, iniciando imediatamente a busca por um sucessor para a função agora renomeada de “chefe de conteúdo editorial”. Embora se afaste da rotina executiva da Vogue americana, ela permanece firme na estrutura da Condé Nast: continuará atuando como diretora global de conteúdo da publicação e como diretora editorial global da Vogue, bem como mantêm-se na posição de “Chief Content Officer” da companhia.

A trajetória de Wintour na revista é marcada por decisões revolucionárias. Sua estreia como editora-chefe, em novembro de 1988, trouxe uma capa histórica com a modelo israelense Michaela Bercu vestindo jeans stonewashed — foi a primeira vez que tal vestimenta apareceu na capa da Vogue. Dois anos depois, em 1992, ela voltou a quebrar tradições ao colocar um homem — o ator Richard Gere — ao lado de Cindy Crawford na capa, rompendo uma convenção centenária.

Sob sua liderança, a revista se transformou, introduzindo celebridades em capas, impulsionando carreiras de designers emergentes — como Marc Jacobs, Alexander McQueen e John Galliano — e moldando tendências globais. Seu estilo autoritário e exige­mento editorial renderam-lhe o apelido não oficial de “A verdadeira ‘O Diabo Veste Prada'”, inspirando o caráter icônico de Miranda Priestly, interpretado por Meryl Streep no filme de 2006.

Além disso, desde 1995, Wintour palpitou decisivamente no Met Gala, a tradicional gala do Costume Institute do Metropolitan Museum of Art, sendo responsável tanto pela curadoria de convidados quanto pela organização de assentos durante o jantar  Em 2020, expandiu seu papel ao se tornar diretora global de conteúdo da Condé Nast, supervisionando publicações como Vanity Fair, GQ, Wired, Architectural Digest, Bon Appétit e Condé Nast Traveler.

A mudança, longe de ser uma aposentadoria, faz parte de uma reorganização global da Condé Nast. A empresa eliminou o título tradicional de editora-chefe nos EUA, adotando uma nova estrutura liderada por chefes regionais de conteúdo, com Wintour no posto estratégico por trás dos bastidores.

Embora ainda não exista um nome confirmado para assumir oficialmente a liderança editorial da Vogue americana, fontes indicam que o processo de escolha já está em andamento. O mundo da moda aguarda, então, conhecer quem será o próximo responsável por continuar — e, talvez, reinventar — o legado editorial deixado por Wintour ao longo de quase quatro décadas.


O legado de Anna Wintour na moda
Ao longo de três décadas e sete anos, Wintour não só reabilitou a relevância da Vogue como definiu o que é ser uma editora de moda global — da estética das capas às grandes decisões de mercado. Seu impacto transcende páginas de revista: moldou carreiras, transformou eventos e consolidou um modelo editorial que une arte, celebridades e alta-costura.

Embora seus métodos sejam frequentemente descritos como exigentes, sua capacidade de inovar e antecipar tendências é inegável. Sua permanência agora em um cargo estratégico evidencia a confiança da Condé Nast em sua visão, mesmo à medida que novas vozes se preparam para assumir o protagonismo na edição americana.

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